domingo, 22 de junho de 2008

...e sobreveio a Paz

…e sobreveio a Paz, serena, calada… a Paz… porque tu não és mentiroso, meu Senhor Re-Suscitado, porque tu não és mentiroso… “Eu estarei sempre convosco… Não vos deixarei sós… Não tenhais medo… Sou eu…”
…e sobreveio a Paz, pelo caminho de sempre, o Caminho do Homem Novo que é a doação de si mesmo! Dar-se, partilhar-se, expor-se, sair de si e deixar por momentos de existir para viver em função de alguém… no Caminho do Homem Novo descobre-se a Paz…
…e sobreveio a Paz, não no quentinho da solidão nem numa qualquer espiral introspectiva, mas na necessidade de dar-se e existir inteiro para outros…
…e sobreveio a Paz quando deixamos de querer deitar a mão a todos os nossos próprios cacos espalhados e nos entregamos assim mesmo como somos, nos damos assim mesmo como estamos, e experimentamos que são esses a quem nos damos que, sem se darem conta, nos devolvem tudo, nos entregam a nós próprios, refeitos, renascidos, novos…
…e sobreveio a Paz naquela hora de experimentarmos que nem a própria Vida nos pertence porque já está no mais íntimo da Vida de muita outra gente, e nós somos maiores que nós mesmos quando aprendemos a olhar por cima do muro da tristeza e damos de caras com rostos e gestos que nos dizem o quão importantes somos para eles…
…e sobreveio a Paz ao sair de si para dar-se e receber-se das mãos amorosas de outros…
Por Rui Santiago

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