terça-feira, 21 de outubro de 2008

O que quero ser quando crescer?

Em primeiríssimo lugar, gostaria de voar. Gostaria muito de planar sobre as cidades, migrar com pássaros, ver tudo lá de cima e dar piruetas e reviravoltas no céu. Quem sabe até conhecer um anjo?

Bom, o que quero ser desde pequena é ESCRITORA. Quero publicar meus livros. Quero mais do que publicá-los, escrevê-los. Numa cadeira confortável, no meu laptop rosa, com Chico Buarque cantarolando ao fundo, uma Bhoemia, um maço de cigarros de palha, meus óculos de escritora-jornalista-intelectual... Isso tudo numa pousadinha colorida em Caraíva, com direito a massagem e água de côco.

Gosto também de um palco. Sem medo de parecer esnobe. Acho que me dou bem com os palcos e vice versa. Sempre m sento nos lugares mais supinos, nos banquinhos altos dos bares por onde vou, no muro da casa da vizinha, no degrau mais alto da escada (caso precise sentar-me numa escada) e por aí vai. A-do-ro inventar um novo EU. Adoro fantasiar e ser um monte de gente (inclusive eu mesma, porém sem pudor). Decoro falas, textos... Minhas e dos outros.

Decorar as falas dos outros me faz lembrar que também gosto de dirigir. Gosto de pegar a pessoa e encantá-la com a personagem a ponto de ela mesma me encantar. Teatro é uma coisa mágica. Gosto de ver pessoas criando. É muito lindo. Eu fico com olhos brilhantes de emoção!

Me dá, então, vontade de fotografar. Pegar uma cena tão brilhante quanto meus olhos e tão sedutora e inusitada quanto como vejo por dentro. Quero fotografar pessoas, pés, orelhas, árvores, pedaços de pano, olhos, borrachas, escadas, plumas, férias de verão! Tudo que for lindo, mesmo que triste e cinza. Tudo que não é fácil de ver se não parar. E ficar estático. Paralisar coisas...

Circo. Imagine viver desta magia? Panos, bambolês, cordas, elásticos, piruetas (é, gosto de piruetas!), ficar de cabeça pra baixo, pra cima, pro lado! E sei da maratona louca que é treinar e treinar e treinar. Porque sem perfeição não fica lindo. A magia precisa ser certeira. Todos os dias fazer o mesmo número até poder chorar todas as lágrimas por ter conseguido! É muito bom quando se consegue.

Produção. Produção cultural. Produção de eventos sociais. Inclusão social. Reabilitação de jovens, crianças, sociabilização. Criança, jovens, adultos, melhor idade. Esporte. Arte. Música. É tão, mas tão grande que não cabe em palavras. É muita coisa. Fica no plano das idéias. E, depois de um sorriso agraciado do menino especial que aprendeu a pintar, fica no plano da eternidade. Ou a firmeza das mãos da velhinha que descobriu que ainda pode dançar. Ou os passos trêmulos do rapaz que reaprendeu a andar. E o moço com síndrome de down que afaga um cachorro que lhe abana o rabo… É muito bom.

Também quero fazer expedições, viver com tribos indígenas, subir o Everest, escutar histórias dos pescadores da Amazônia, participar de rituais diferentes, aprender a fazer chás medicinais, comer olho de cabra, quebrar pescoço de galinha e tomar banho gelado. É... Também quero ser Antropóloga.

Quero criar jingles, aprender terapia ocupacional, fazer curta-metragens, morar num navio, pilotar helicóptero, pintar o rosto de maquiagem listrada, fazer fogueira, esculturas de gelo, organizar festas de casamento, fazer partos de bebês múltiplos, andar de bonde, burro, touro, carreta, balão de gás, zepelim, para quedas, asa delta, andar a pé com os pés no chão sentindo a terra molhada de lugares que não conheço.

Também gostaria de saber cantar. Mas não sei se seria muito interessante viajar tanto fazendo shows e programas de TV... Esse negócio de ser perfeita para o público me dá um pouco de preguiça. Mas queria saber cantar sem esforço. E tocar violão, flauta, bumba e gaita. E bateria. E teclado, saxofone, piano de cauda, bandolim, pandeiro e contra baixo.

O que eu quero ser quando crescer? Tudo isso. Registrado em fotos, filmes, peças de teatro, livros e encenações artísticas. Acho que quero mesmo é ser artista.

Fernando Pessoa dizia que a arte é a magia que liberta a mentira de ser verdade. E mais e mais belo é o que Gandhi afirmava quando proclamava que a arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte.

... Pensando bem... Acho que já sou um pouco artista.

By Carolina Bahasi
21 de Outubro de 2008.
17:06 h

Um comentário:

JAZZ-MIM disse...

vamos colocar isso em pratica?